Hoje sei que toda conversão, por mais profunda que seja, sempre realiza algumas coisas de modo súbito, e um monte de outras, em número bem maior, de modo processual.
Também sei — sempre a partir de mim mesmo — que as coisas que um dia subitamente foram subitamente resolvidas, sempre voltam mais adiante a fim de serem processualmente tratadas. Como também sei que muitas coisas que foram e são tratadas processualmente, um dia, sem mais nem menos, subitamente desaparecem.
Assim, digo a você que Aquele que começou boa obra em nós consumará todas elas em nossas vidas, em Cristo Jesus. A ira de ontem, não é como a de hoje. A murmuração da juventude, não é como a da maturidade e nem como a da velhice. A lascívia do idoso, não é como a do jovem. Por isto, todas as coisas que foram “subitamente resolvidas”, mas que não foram processualmente tratadas, voltam. Pois têm que ser tratadas em fases diferentes de nossa vida.
No entanto, também digo que boa parte da confusão se deve à radicalização desta interpretação: “Paulo diz que o homem que morreu e ressuscitou com Cristo busca as coisas de cima, ou seja, faz morrer tudo o que é carnal: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus, ganância... Abandona sentimentos como: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar,... e também se reveste de: compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência.”
Assim, se diz que quem morreu, busca, e quem busca, logo encontra, ou quem sabe, encontra de modo imediato. Ora, se o que existe entre buscar as coisas lá do alto, e a transformação — for um nada, um “coisa alguma” de tempo; então, saiba: estamos todos em estado de insolubilidade (que não se pode resolver).
Mas o próprio Paulo lhe diria que inúmeras coisas vencidas, voltaram com outra face mais adiante na vida. E que algumas contra as quais ele lutara toda a vida, e que iam e vinham, agora, de súbito, se haviam retirado como espinho na carne, como incomodo, para sempre.
Escrevi e falei livros no passado sobre isto. Obviamente que nos livros eu mostrei a base bíblica, com as devidas referencias. Entretanto, em meu livro “Sem Barganhas com Deus” há um capítulo sobre o assunto. Leia. Sei que gostará muito. E que lhe dará qualquer outro esclarecimento. Aqui no site, em artigos, creio que encontrará um texto sobre Gálatas 5.
Nele, que nos instruiu para toda boa obra,
Caio Fábio