João e o Pé de Feijão



"Ainda não fazem pessoas que enxuguem suas próprias mágoas"
Assim termina uma canção de Cícero. O contexto e pretexto do texto é demonstrar a vida de um homem sozinho onde "Ninguém soube / Que ele foi morar longe / Não, ninguém soube". Reflete o olhar sereno dos que estavam ao redor e que não foi sensível o suficiente pra conectar a ele. E ao final, a melodia trouxe a compreensão de outra canção, essa agora de Erasmo que diz: "Melhor mal acompanhado do que só", pois quem consegue viver só e triste. Claro que ninguém quer uma má companhia. Mas aqui o pior é viver sozinho.
"Diz a lenda que trocou suas certezas por alguns sonhos mágicos"
A consequência de se viver só é procurar refúgio em qualquer outra coisa, mesmo que seja ilusório, momentâneo. As fulgas serão infinitas. Pessoas, dinheiro, trabalho, qualquer que seja a anestesia, um meio de passar o tempo ou de diminuir a dor.

O irônico é que o que nos fere é também a cura. Como assim? Já percebeu que a maioria de nossas mágoas, tristezas e decepções é relacionado a pessoas? As tentativas de afastar, ignorar, desprezar são meios frustrados de se curar. Isso porque o esforço para tal faz com que ele de alguma forma ainda continuar conectado, e agora de ainda pior pois essa ligação está contaminada, doente. O mais doloros, porém, único caminho é do Perdão.

O problema não é as pessoas, mas o que elas fazem. Perdoar é esquecer entendendo que mesmo o quão direto e explícito foi, as pessoas não sabem o que fazem. Perdoar é sarar a ferida. Se deixar a ferida pra lá ela só inflamará. Portanto, perdoar é um ato altruísta que paradoxalmente, você trás bem pra si mesmo. A consequência será o desprendimento, a conexão sadia. Liberdade!

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