E Se Jesus Voltasse a Ser Marceneiro?

No programa CQC (Custe o Que Custar), transmitido nesse segunda-feira (16/07), os apresentadores satirizaram Demóstenes Torres quando ele, em um pronunciamento, justificou sua amizade com o bicheiro Carlos Cachoeira, dizendo que Jesus andou com Judas, e isso não fazia dele culpado de nada.

O apresentador Marcelo Tas comentou que o mandato de Senador de Demóstenes foi caçado e ele retornará a ser Procurador do estado ganhando em média de R$ 20.000,00. O outro apresentador Marco Luque ironizou: "Já pensou se Jesus voltasse a ser marceneiro? Além de uma cruz, usaríamos um calor com um serrote". Isso me levou a ruminar... E se Jesus voltasse a ser marceneiro? E se naquela noite no Getsemani ele não aguentasse a agonia da cruel morte certa vindoura, e desistisse? O que iria acontecer com a humanidade. Os que morreram esperando, os que creram naqueles tempos que ele é o Filho de Deus, e os que creriam no futuro?

Uso a mesma expressão que um amigo me disse uma vez: "Véi, sem Jesus nóis tava no sal". E estariamos mesmo. Me deterei a apenas duas hipóteses breves:

  • Seriamos Condenados:
Não há, nesse mundo, um justo si quer. Ninguém que pode satisfazer plenamente a vontade de Deus. Ninguém completamente santo (em atos, no consciente e no subconsciente, no desejo ou intenção). Todos pecaram e estavam afastados de Deus, mortos por suas transgressões. Não há ninguém que queira a Deus. A esse, o que era destinado era o condenação, um aniquilação constante e eterna. O pouco de paz e alegria que sentimos seria desfeita. Só existiria dor e sofrimento. Quem pode escapar dessa maldição, se não há ninguém que possa merecer uma salvação disso. Por mais que eu doe a minha vida pelo próximo, pra Deus, tudo é nojento, sem valor.

A unica salvação era um justo morrer pelos injustos. Ele precisaria ser homem, para que satisfizesse a justiça de Deus. Porém, nenhum homem era capaz de tal obra. Esse homem precisaria também ser Deus, para que fosse totalmente integro. Esse é Jesus. Metade homem, metade Deus. Mostrou a essência das coisas, foi a Palavra de Deus expressada em vida. O verbo encarnado. Porém, o feito mais importante seria na cruz, onde, se por meio de um homem (Adão) veio a condenação, por meio de um homem (Jesus) viria a salvação. Quando morresse, ele estaria levando todo escrito de dívida, tudo o que nos era negativo, o que era contra nós, e, por meio da sua ressurreição, ele estaria aniquilando de vez o poder do pecado. A morte. Portanto, quem cresse que Ele, Jesus Cristo era o Filho de Deus, e que é justificador, não precisaria mais apresentar sacrifícios de animais, nem suas obras mortas. O justo viverá pela fé. Fé que Jesus é o enviado de Deus para salvar o mundo. Crendo nisso, NADA nem NINGUÉM poderá nos culpar ou condenar, pois o próprio Deus, por meio do sacrifício de Jesus, nos declarou, não apenas "inocentes", mas JUSTOS.

  • Seriamos uma Máquina Auto-Destrutiva:
Ora, essa salvação não foi apenas da Ira de Deus. O amago do pecado foi a decisão do homem em ser "livre" e viver sem Deus. Uma vez fazendo isso, ele adoraria e obedeceria qualquer outra coisa que não fosse Deus. Esse ídolo poderia ser ele mesmo, outras pessoas, ou coisas. Ele seria então uma máquina de fazer coisas erradas. Por mais que quisesse, erraria o alvo (significado da palavra Pecado). Um rebelde de Deus. O pecado nos afastou então completamente de Deus. Deus estava irado conosco, nós nem queríamos saber dele. Jesus recebeu toda Ira de Deus que satisfez a justiça dEle. Agora era mudar o coração perverso, idólatra e insensato do homem. Todos os prazeres desse coração desconcertado seriam momentâneos. O homem pagaria muito caro por eles. Eles o destruiria aos poucos.

A ressurreição de Jesus não trouxe apenas vitória sobre a morte, mas uma Nova Vida. Agora um coração voltado a Deus, disposto a obedecer. Esse coração se transformará em um templo, onde o Espírito, que é o auxiliador, irá morar e reinar. O homem terá a oportunidade de escolher, de ser livre. Antes, mesmo achando que era livre, era preso a própria liberdade, fazendo-o distrair com tantas diversões na vida, que perderia sua vitalidade e energia, e no final, a vida. De monstro, o homem passou a ser Ser-Humano. Pensante, sensato e controlado. Não adaptado as ilusões e fantasias. Coisas momentâneas prejudiciais. Ele experimenta amor pleno, e vê plenitude de amor em tudo. Tudo vira motivos pra amar a Deus. Tudo é graça. Tudo é favor imerecido. Então esse homem passa a viver no constrangimento desse amor. Processualmente sendo santo, no progresso de ser como Jesus.

Jesus não voltou a sua antiga maneira de viver porque ele não considerava sua vida como preciosa. Havia um propósito central. Esse mesmo sentido foi repassado para nós, que fomos sobreabundados por esse amor. Conduzir pessoas a Deus.