Para construir uma família bem edificada, é preciso distinguir o amor verdadeiro da paixão. Por isso, deve-se fugir das armadilhas deste mundo, mantendo- se sensível para ouvir a voz de Deus. Se analisamos estes dois sentimentos citados, veremos que são bem diferentes. O amor é paciente, benigno, não arde em ciúmes, não se exaspera, não se ensoberbece, não se ressente do mal (I Cor. 13:4-5) e de todos, ele é o mais importante. Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor (I Coríntios 1:13).
Já a paixão é demasiadamente ciumenta e possessiva. Muitos jovens conhecem uma garota bonitinha que lhes desperta interesse e, inicialmente, parece ser tudo aquilo que eles desejavam. Logo se apaixonam e começam a acreditar que estão amando. Porém, envolvidos pelo sentimento, não prestam a atenção na sua conduta, se ela é realmente uma pessoa idônea, honesta, cuidadosa e fiel a Deus, características essenciais em alguém para que um seja namoro feliz.
Para Dárcio Miranda, psicólogo clínico especialista na linha comportamental cognitiva (que baseia-se na teoria de aprendizagem social), ter esta atitude é um grande engano. Não existe amor a primeira vista. A paixão resulta basicamente no sentido primário e o amor no secundário, pois a paixão deriva de um sentimento de interesse onde haverá muita sexualidade envolvida, afirma. Ele explica que a palavra paixão deriva do prefixo grego patus que significa patologia-doença.
Para o especialista, a paixão no início de um relacionamento é algo natural do ser humano e sua tendência é se desenvolver e se transformar no amor em função da relação que vivem as duas pessoas demostrando interesse mútuo. Porém, só irá ser desta forma, quando existe reciprocidade de pensamentos e sentimentos. O psicólogo chama a atenção para um perigo, a permanência da paixão. Segundo Dárcio, caso isto persista por muito tempo, se tornará em uma situação nada saudável. Pelo contrário, vai gerar ciúmes e sentimentos possessivos, chegando a comprometer esta vida em comum. Em uma relação amorosa, a paixão é admissível no início, mas um relacionamento sustentado por ela, não será proveitoso.
Apêndice
Podemos dizer que a paixão é justamente o afeto, a vaidade, o desejo atrativo. Sendo assim, não podemos desprezá-lo, mas sim, não colocarmos como fundamento, pois ele é também importante no relacionamento. O amor é a emoção incondicional. Ele sobrevive sem o desejo, sem a beleza. Não é egoísta porque ama, e por isso, é altruísta. Porquanto, para a plenitude dos corações, é bom que eles estejam juntas, pois, uma paixão sem amor não dura, e amor sem paixão não tem graça.