Cuidado Com Sua Santidade

Fazendo um giro nos canais da TV como faço todo sábado de manhã, parei onde havia o Malafaia pregando para uma multidão (de crentes). Naquela de "Vamos ver o que ele tá falando" e "ouça de tudo e retenha o que é bom" já que a maioria das suas mensagens são receitas para alguma, resolvi prestar atenção.
Conclusão. Não reti nada de bom. Melhor, reti uma critica que me fez refletir sobre nossa santidade comparada com a de Jesus.

A nome da mensagem era "Atitudes" onde dava dicas, bons atos que um crente deve ter. A parte que assisti falara sobre amizades onde ele afirmou que "nós é que escolhemos nossos amigos e não eles". A frase tem sim sua verdade, mas o ela só mostra a preservação da Santidade de tal pastor, vinculando-a com as aparência (O que dirão ao me ver conversando com essa pessoa), porém, tal "Atitude" de se manter limpo, é a mais suja que existe. O maior erro de um ser humano, principalmente um cristão que é vítima do amor divino que o alcançou apesar dele ser quem foi e quem é, é se separar, se afastar de gente, se tornar um fariseu. Sim. Fariseu, pois o significado é "separado". Esse preservara sua dignidade, seu caráter exterior.

Diferente deste era Jesus, que foi Santo (Separado), mas não no sentido exterior hipócrita dos fariseus, mas no sentido essencial das coisas. Ele entendia que não é o que entra, mas o que sai de nós que é impuro. Que o problema nunca foi os de fora, mas o eu de dentro, e que uma vez alcançado pelo Amor, esse processo de transformação começaria para nunca mais acabar, e que enquanto aos outros o nosso papel é agregar, conectar, unir, pois eu antes fora unido, agregado, conectado, amalgamado.

Jesus se reunião com gente simples, com gente complicada, rica, pobre. Ele foi na casa de um publicano ganancioso e imprudente, conversou com uma Samaritana (povo excluído pelos judeus pela cultura e idolatria pagã), defendeu uma prostituta, chamou um cobrador de impostos desonesto para ser um dos seus discípulos. Sua fama? Amigo de pecadores, comilão e beberrão.

Pessoas precisam de pessoas, principalmente as que não pretendemos fazer amizades. Não defendo unicamente a necessidade que elas tem para ser evangelizá-las. Acredito que muita coisa Jesus fazia despretensiosamente, sem intenção nenhuma. Ele apenas queria juntar, se alegrar, rir, chorar, compartilhar, criticar, exortar, se divertir, e porque? Unicamente porque ele é amor.

Entenda que tudo que você é e o que pode ser depende de pessoas. Apenas no convívio com os outros é que pode crescer o eu, e vice-versa.

Santidade que separa eu das pessoas, mas não separa o eu do mundo interior, da minha paganidade, dos meus pré-conceitos é perversão, contrariedade do próprio ser regenerado. Ingratidão. Hipocrisia, pois nós sabemos também quem somos, e que é muito diferente disso ai que dissimulamos.